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24/06/23 às 11h41 - Atualizado em 24/06/23 às 11h41

Escolas de samba mostram força e beleza na passarela

 

Primeiro dia de desfile contou com sete agremiações de dois grupos

 

Texto: Alexandre Freire/ Edição: Giselle Chassot (Ascom/Secec)

 

Fotos: Caio Marins

O primeiro dia de desfile de escolas de samba, desta sexta-feira (23/6), até a madrugada de sábado (24/6), na Passarela Marcelo Sena, em Brasília, mostrou que as agremiações carnavalescas são capazes de apresentar um belo espetáculo, da qualidade do samba-enredo, às evoluções coreográficas na pista, potência das baterias, arquitetura e ornamentação de carros alegóricos, além da beleza de passistas. Desfilaram quatro escolas do grupo de acesso (Coruja Serrana, de Sobradinho 2, Unidos de Vicente Pires; Unidos da Vila Paranoá e Unidos do Varjão) e três do grupo especial (Unidos da Vila Planalto, Águia Imperial de Ceilândia e Unidos do Cruzeiro). Pelo regulamento, uma do grupo de acesso vai subir para o especial e duas do grupo principal descerão.

 

Nem o frio que fez à noite no Eixo Monumental – onde a passarela foi montada, ao lado do Eixo Cultural Ibero-Americano, e registrou temperatura abaixo dos 11 graus de madrugada – foi suficiente para atrapalhar a festa, que contou com a animação de cada escola e, em alguns momentos, levantou o público nas arquibancadas. Antes de entrar, uma rápida fala dos presidentes das agremiações funcionava como motivação para entregar o melhor na passarela.

 

À frente da Escola de Carnaval, que capacitou pessoal desse segmento da economia criativa depois de nove anos de inatividade, o carnavalesco Milton Cunha foi o mestre de cerimônia, ao mesmo tempo em que transmitia a apresentação pelo canal do Youtube “Carnavalesco“, dando informações sobre as escolas e as regiões administrativas de onde vêm.

 

Identidade cultural

A apresentação de ontem serviu também para mostrar que as escolas de samba reforçam as identidades culturais das regiões administrativas. Membro da bateria da Coruja Serrana, onde toca caixa, Thalles Ícaro, 26, reforça essa característica.  Está há dois anos na Coruja Serrana, de Sobradinho II, mas também já tocou na Bola Preta, da mesma região administrativa. Antes de a sua escola abrir o evento, às 20h, escondia um pouco do nervosismo da estreia, mas estava confiante na possibilidade de a Coruja subir para o grupo especial: “se depender da gente, a chance de subir é 100”, exagerou.

 

Subir de categoria ou sofrer com o descenso depende da performance na pista aos olhos de 27 jurados, que trabalham com um coordenador e têm um suplente. Eles avaliam bateria, samba-enredo, mestre sala e porta-bandeira, alegorias e adereços, enredo, fantasias e harmonia, conjunto e evolução, além da comissão de frente. O resultado será conhecido no domingo (25). Neste sábado (24) à noite, outras sete escolas participam da maratona.

 

Com acesso gratuito às cinco arquibancadas que margeiam a passarela, o público se manifestou com assovios, palmas, gritos de incentivo e elogios à beleza das passistas. O gari Aldair José Dias, 50, morador de Planaltina, aproveitou um intervalo no trabalho de varrição do local e tirou várias fotos com o celular. “Eu gosto desses desfiles, estava sentindo falta”, diz ele. As fotos, pretende guardar como recordação.

 

Feliz agora

“Sou feliz agora, estamos de volta”, dizia um dos estandartes da Unidos do Varjão. A escola homenageou Tim Maia e lembrou o cantor carioca que levou o suingue do soul e do funk para a MPB  e esteve cercado em vida por outros mestres como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Cartola e outros.

 

Outros enredos cantados na avenida foram “Do Marrocos ao Nordeste do Brasil” (Coruja Serrana), Candomblé (Unidos de Vicente Pires), Zé Pilintra (Unidos da Vila Paranoá). Entre as escolas do grupo especial, os temas abordados foram “Levanta, Sacode a Poeira e Dá a Volta por Cima” (Aruc), África (Águia Imperial de Ceilândia) e Magia da Infância (Unidos da Vila Planalto). A Aruc foi a última escola a entrar na passarela, às 3h50, para seus 45 minutos de apresentação.

 

O desfile foi viabilizado com investimento de R$ 7 milhões com recursos da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, mais R$ 5 milhões em editais. O frio e o trabalho contra o tempo, feito dentro dos barracões das escolas não foram adversários para o entusiasmo dos carnavalescos. “É uma grande alegria retornar a este palco depois de nove anos. Obrigado, Marcelo Sena”, bradou ao microfone o porta-voz da Água Imperial. Nas arquibancadas, gritos de “Ceilândia” e algumas lágrimas de emoção davam testemunho de que o desfile da primeira noite abriu alas para o futuro.

 

 

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Assessoria de Comunicação da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Ascom/Secec)

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