Texto e edição: Mônica Pedroso (Ascom/Secec)
20.11.21
08:00:00
Em uma quinta-feira chuvosa deste mês de novembro, Edineide Barros Freitas estava em um canteiro de obras no Noroeste escolhendo o local para implantar um ponto do projeto Grito do Livro. Lá, muitos pintores, carpinteiros e pedreiros são negros e pardos. Edineide entende que eles precisam ler autores negros e histórias de negros. Ela mapeou o lugar onde vai ficar a estante e retornará com os livros catalogados, carimbados e organizados. Ali, vai nascer uma pequena biblioteca.
O trabalho é voluntário. “Assim como eu tive dificuldade de ter acesso aos livros, levo livros para as pessoas”, explica a diarista, nascida em comunidade quilombola, em Viana, no interior do Maranhão, que veio para Brasília para trabalhar com faxina e estudar.
Edineide Barros Freitas
Edineide conseguiu. Fez o EJA (Educação de Jovens e Adultos) e faculdade. Em uma feira de agricultura familiar, conheceu o programa de Bibliotecas Rurais – Arca das Letras que era desenvolvido pelo Ministério de Desenvolvimento Agrário. Voluntariou-se para ajudar a organizar os livros e, quando surgiu uma vaga, passou a integrar o programa como representante dos negros.
Como auxiliar de documentação, multiplicadora dos saberes quilombolas e divulgadora da literatura de escritores negros, implantou bibliotecas em comunidades quilombolas de Cavalcante, Monte Alegre de Goiás, Teresina de Goiás e Mesquita, no Entorno do Distrito Federal. Também é mediadora e agente de leitura em comunidades rurais e ocupações de rua.
Para dezembro, uma parada nas atividades. Vai visitar a terra natal depois de dez anos. Quer levar a notícia do prêmio e comemorar com a família. A vida de Edineide dá um livro, mas ela explica: “Não sou boa para escrever, sou boa para levar livro”.
Assessoria de Comunicação da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Ascom/Secec)
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