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Maria da Penha ONLINE Governo do Distrito Federal
20/02/23 às 11h13 - Atualizado em 20/02/23 às 12h39

Montadas, Aruc e Baratinha colorem o domingo

Textos: Luís Andrade, José Maciel e Jamile Rodrigues. Edição: Ascom Secec

 

Um dos blocos mais aguardados pelos foliões brasilienses, o Bloco das Montadas, saiu às ruas nesse domingo (19/2). O bloco já movimentou outros carnavais no Distrito Federal. Criado e protagonizado por transformistas a partir de 2018, o espaço seguro para celebrar a diversidade viu seu público saltar de 15 mil, no primeiro ano de atividade, para 60 mil na última edição, em 2020, levando o prêmio, a partir de voto popular, como o melhor e mais seguro bloco de carnaval do DF, em uma premiação realizada pelo Correio Braziliense.

 

Em 2023, de acordo com dados da organização, cerca de 100 mil pessoas curtiram a festa, no estacionamento do Setor Bancário Norte (SBN). O bloco recebeu aporte de R$ 220 mil do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), gerando cerca de 200 empregos diretos na equipe e mais de 500 postos indiretos.

 

A drag queen e organizadora do bloco, Ruth Venceremos, comenta a importância de pôr um bloco como esse nas ruas do DF e o quanto a cultura só tem a ganhar com a diversidade. “Para nós é uma alegria estar de volta para celebrar a diversidade de corpos, cores e sexualidade. Estamos comemorando e embelezando as ruas da cidade”, disse.

 

 

A chuva forte que caiu no começo da apresentação não atrapalhou a animação de foliões e foliãs. Para Priscylla Oliveira, pedagoga, o melhor dessa festa é celebrar a diversidade dos corpos. “Escolhi o bloco das Montadas pois ele representa tudo que eu acredito e gosto. Tem música legal, gente bonita, vida e, mais importante, tem a cultura que tanto sofre ataques de quem não acredita que ela é, por si só, transformadora’’, pontua a pedagoga.

 

O bloco saiu na rua com o tema “O Futuro É Agora”. Entre os artistas no palco, o destaque ficou para a cantora e drag queen Aretuza Lovi, a mais esperada da festa e que trouxe o show “Borogodó”. Já as brincadeiras ficaram por conta das drags Raykka Rica, Pikineia e Baliane, que dançaram ao som dos DJS Nicolas Magalhães, Tulio Bueno, Patty Peronti, Eva Maruana e Sarah Cortez.

 

ARUC ESQUENTA OS TAMBORINS PARA ABRIL

“Quando o ritmo bate, eu me mexo e celebro’’, explica a professora aposentada, moradora do Cruzeiro, Gecina Bastos. Ela aproveitou o finzinho de tarde de ontem (19/2) para ver a escola de samba Associação Recreativa Unidos do Cruzeiro (Aruc) realizar o desfile que, historicamente, a escola faz aos domingos de Carnaval. Gecina não foi sozinha. Ela contou com a disposição das irmãs Jô, Marlene, Josi e da sobrinha, Noemi. As cinco mulheres se divertiam, dançavam e cantavam enquanto a bateria da Aruc ia atrás do trio e rodar por algumas avenidas do Cruzeiro.

 

Azul é a cor mais quente. Foto: André Luiz.

De acordo com Rafael Fernandes de Souza, presidente da associação, esse desfile pela cidade é realizado com o objetivo de mobilizar moradores para o desfile oficial, que será no dia 21 de abril, aniversário de Brasília. ‘‘Colocar a escola na rua nesse Carnaval é um esquenta para o que teremos em abril. A gente aquece a turma, celebra com a comunidade e reforça que a Aruc vai voltar a desfilar e, quem sabe, levar o título de campeã mais uma vez’’, torce Rafael. As escolas de samba do DF deixaram a avenida em 2014 e, após oito anos, o GDF confirmou que as escolas vão voltar e, desta forma, o carnaval seguirá firme também no mês de abril de 2023.

 

Rafael foi o responsável por realizar o projeto da Aruc contemplado com o FAC. Segundo ele, o aporte foi fundamental para que a atividade desse domingo fosse realizada. Em 2022, a escola foi para as ruas sem fonte externa de recursos. ‘‘Com o FAC tivemos mais qualidade na apresentação. Com a verba, viabilizamos segurança, brigadistas, banheiros químicos, camisetas, entre outros itens fundamentais para que a festa fosse realizada’’, informou.

 

Aproximadamente mil pessoas acompanharam a concentração e o desfile da Aruc. As estudantes Rafaelle Cristine, 21, e Fabiana Nogueira, 22, acompanharam a festa e elogiaram a segurança e a beleza das cores da escola. ‘’Eu amo carnaval. Amo a energia, as cores, a festividade. Acompanhar a Aruc hoje, escola da qual sou fã e conheço há um tempo, é uma alegria. Além disso, estamos esperando pelo desfile oficial em abril’’, celebrou Rafaelle.

 

BARATINHA: ALEGRIA E RESPEITO ÀS CRIANÇAS

O sorriso estampado no rosto da pequena Manuela Maria Trindade, de 7 anos, evidencia: o carnaval é para todas as idades. Esse ano, a pequena levou reforços para o bloco da Baratinha, que aconteceu ontem (19) no estacionamento 12 do Parque da Cidade. Além do papai e da mamãe, Manuela contou com a presença da vovó Odete Trindade, de 88 anos. Natural de Pernambuco, Odete reside em Brasília há 54 anos e nunca tinha ido ao carnaval de rua da capital federal. “É a primeira vez que venho e devo dizer que estou amando a festa. Tudo seguro, de fácil acesso, em uma festa linda. Viva o carnaval do DF!’’, celebrou a aposentada.

 

A Baratinha, um dos blocos de Carnaval mais tradicionais e conhecidos do DF, existe desde 1990. Ontem reuniu mais de 50 mil pessoas na folia. Segundo Paulo Henrique de Oliveira, um dos coordenadores do bloco, utilizando fomento do FAC, o Baratinha gerou 300 postos de trabalho diretos e cerca de 400 trabalhos indiretos, como ambulantes, prestadores de serviço, montadores, entre outros. O Baratinha contou com diversas atrações musicais, entre elas as bandas Trem das Cores, a fanfarra da Baratinha e a Chiquita Bacana.

 

Para ele, estruturar um evento deste tamanho só é possível com o apoio do Estado e de patrocinadores. ‘’O carnaval é uma manifestação popular e é só quando o governo decide nos apoiar que a atividade acontece. A Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) abraçou essa volta do carnaval após dois anos de pandemia e, a partir daí, conseguimos envolver vários órgãos, como PM, Bombeiros, Defesa Civil e DF Legal, reforçou o coordenador.

 

Ao som do hit da Turma do Balão Mágico, “Super Fantástico”, a atleta paralímpica da Seleção Brasileira de Bocha Adaptada Érika Bernardi, 20 anos, e a mãe, Maria Inês De Bona, aproveitavam a festa. A atleta tirou uma folguinha da agenda corrida para sentir a energia do palco e festejar o carnaval. ‘’Estamos aqui hoje e, com o espaço adaptado para cadeirantes e pessoas com deficiência, a Érika se sentiu confortável para aproveitar a festa’’, disse.

 

Baratinha lota o Parque da Cidade. Foto: Ezequiel Avelino

 

O Baratinha não foi só brincadeiras infantis, música, serpentina e confete. O Detran-DF aproveitou para realizar no local diversas ações de conscientização no trânsito para crianças e adultos. De acordo com Miguel Videl, chefe do Núcleo de Campanhas Educativas do órgão, as atividades são para toda a família. ‘‘Trabalhamos com palestras, teatros e entregamos cartilhas e livretos durante essas ações. Aqui no Baratinha, os adultos aprendem com as crianças’’, pontuou Miguel.

 

O pernambucano Luiz Lima, coordenador geral do bloco, criador também do Pacotão e da Baratona, acredita que o Baratinha já faz parte da expectativa de Carnaval de muitos brasilienses. Entende que a tranquilidade de convivência da festa garantem a pais e mães levar os filhos para se divertir. ‘’Não é permitido entrar com bebidas alcoólicas e cigarros. Quem participa já sabe dessa regra e vem justamente por isso. A nossa campanha é ‘Criança Longe das Drogas’ e só vamos ter êxito nessa jornada se os responsáveis também forem conscientizados’’, celebrou.

 

Assessoria de Comunicação da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Ascom/Secec)

E-mail: comunicacao@cultura.df.gov.br