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30/06/23 às 17h45 - Atualizado em 30/06/23 às 17h54

Concerto para dois pianos abre 2º semestre

Texto: Alexandre Freire. Edição: Lúcio Flávio.

 

A Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro (OSTNCS) abre as apresentações de julho com obras para dois pianos – Concerto para 2 pianos e Orquestra K.365, de Mozart, e Carnaval dos Animais, do francês Camille Saint-Saëns (1835-1921). Trata-se de evento raro pelas dificuldades de colocar os dois instrumentos com mesma afinação e timbres próximos, como explica a pianista convidada Virgínia Hogan. O início do segundo semestre ainda traz recitais de música de câmara e repertório erudito contemporâneo.

 

“São concertos em que apresentaremos obras em primeira audição de diversos compositores, a ideia é mostrar para o público o que está acontecendo atualmente no mundo da composição orquestral”, informa o regente da OSTNCS, Cláudio Cohen, a propósito do compositor armênio Aram Khachaturian (1903-1978) e do brasileiro da atualidade Mário Olinto, por exemplo.

 

Dois pianos
“Há um vasto repertório para dois pianos, mas o mais comum é vermos apresentações de piano a quatro mãos pelas dificuldades que já mencionei”, ensina a brasileira-estadunidense Hogan, que tem pós-graduação no instrumento feita na Alemanha. Ela será acompanhada na peça de Mozart pela norte-americana Jennifer Hemstra e, na música de Saint-Saëns, pelo brasileiro Edilson Leal, também convidado.

 

Sobre o Carnaval dos Animais, que o francês teria composto como tema burlesco para entreter amigos, Hogan diz que se trata de uma música “muito divertida”, com os instrumentos emitindo trinados para emular bichos, do leão às tartarugas, passando por galos, pássaros, cangurus e até um elefante. “O público vai gostar muito”, aposta a pianista.

 

Esse concerto terá a condução do maestro Lee Mills, cinco vezes vencedor do Prêmio Solti Foundation U.S., organização que assiste a formação de jovens maestros. Ele é conhecido pela paixão e energia com a batuta. Sobre o compositor francês, Mills ressalta que Carnaval dos Animais “é hoje uma das obras mais conhecidas do compositor”. “Na primeira parte deste concerto, vamos aproveitar que temos pianistas maravilhosos para tocar as obras mais famosas já escritas para dois pianos”, reforça.

 

O primeiro concerto de julho ganha o nome de “americano” pelo fato de ainda contemplar o primeiro movimento de Bachianas Brasileiras nº 5, Aria Cantilena, do sul-americano e brasileiro Heitor Villas-Lobos e a suíte da ópera Porgy and Bess, do norte-americano George Gershwin.

 

 

Música de Câmara

No domingo (9) será a vez de uma apresentação de música de câmara com músicos da OSTNCS e a Orquestra Kopa, um projeto pedagógico que incentiva jovens talentos para o estudo da música. Na audição, o prodígio Frederico, de quatro anos, vai solar a Valsa Concertante, escrita para ele em linguagem atonal pelo pai, Zoltan Paulinyi. “Neste meu segundo concerto à frente da Orquestra Kopa, buscaremos, dentro de uma concepção pós-vanguardista, unir diferentes facetas do belo, seja pela textura expressada pela Valsa Concertante, seja através de obras de compositores do período clássico, que definiram uma estética musical de seu tempo, como é o caso de Haydn e Mozart”, relata o regente Joaldo Barreto.

 

A apresentação do dia 11 conta com o trabalho de Aram Kachaturiam, um autodidata na execução da tuba e do piano, apaixonado pela música popular e folclórica de seu país, onde viajou para pesquisar tradições locais e teve grande contribuição para a música moderna. James Strauss, que faz o solo na flauta, relata que o Concerto para Flauta e Orquestra é uma obra “extremamente desafiadora”. Justifica: “o aspecto mais difícil é tocar contra a enorme sinfônica, que inclui muitas percussões, instrumentistas de metais e uma grande naipe de cordas”.

O artista ressalta também a extensão da música, que tem 40 minutos de duração. “Isso é o dobro do tamanho de qualquer outro concerto para flauta. É necessário ter muita expressão e virtuosismo para conseguir executá-la”.

 

Música Contemporânea

Entre os autores escalados para o último concerto do mês, de música clássica contemporânea, está Mário Olinto, com sua Grande Fuga em Ré Menor. “A música se propõe a juntar a técnica polifônica de construção da fuga com uma forma clássica, com seções bem definidas. O tema e resposta que são ouvidos de início e formam a primeira seção serão os mesmos utilizados na parte seguinte, só que de forma reversa e invertida, o que faz o contraste entre elas e cria diversidade derivadas da mesma ideia musical”, ensina.

 

Mário Olinto é compositor, regente e pianista brasileiro, graduado em regência pela Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Dedica-se à composição de peças sinfônicas e para conjuntos de câmara, valorizando sempre técnicas de contraponto e harmonia refinada, além de orquestração rica, dentro do universo tonal.

 

Um segundo concerto de música contemporânea está programado para a terça-feira, 1º de agosto.

 

Programa

4/7
Concerto Americano
Bachianas Brasileiras nº 5 (violoncelos) (Villa-Lobos)
Porgy and Bess Suite (George Gershwin)
Carnaval dos Animais (Saint Saens)
Concerto para 2 pianos e Orquestra K.365 (Mozart)
Solistas Virgínia Hogan e Jennifer Hemstra (Piano)
Edilson Leal (Piano)
Grace Herron (Soprano)
Maestro Lee Mills
Teatro Plinio Marcos – Eixo Cultural Ibero-americano
20h

 

9/7 (Domingo)
Concerto de Câmara OSTNCS
Orquestra KOPA
Zoltan & Joaldo
Teatro Plinio Marcos – Eixo Cultural Ibero-americano
11h

11/7
Dança do Sabre, Concerto para Flauta e Orquestra (Aram Kachaturiam)
James Strauss – Flauta
Sinfonia nº 2 (Borodin)
Maestro Cláudio Cohen
Teatro Plinio Marcos – Eixo Cultural Ibero-americano
20h

 

31/7 (Segunda-feira)
“Concerto Contemporâneo 1”
– Hilos de Luz (David Alonso)
– Like Water Through a Dream (David De Vasto)
– Tempestas (Henrique Coe)
– Grande Fuga em Ré Menor (Mário Olinto)
– Voyage to Cythera (Max Heyck)
– La Banda (Edna Alejandra Longoria)
– Resilience (Autumn Maria Reed)
Maestro Claudio Cohen
Teatro Plinio Marcos – Eixo Cultural Ibero-americano
20h

 

1º/8
“Concerto Contemporâneo 2”
Who We Are (Cody Hutcheson)
Rancor and Triumph Concerto para Violoncelo (Jessica Cárter)
In Memorian and Celebration (Andelena G.Jackson)
Doina & Dances Overture (Laurence Sherr)
The Timelapse Project: Origins (Jeremy Nathan Tisser & Ashley Tamar Davis
It is, isn’t It (Isaac Villaroya)
Summer Haze (Jacob Elkin)
Benjamin
Maestro Nayden Todorov

 

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