31/08/2025 às 17h22 - Atualizado em 31/08/2025 às 17h25

Distrito Junino 2025 encerra edição histórica com cerca de 250 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios

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Edição: André Barreto

Última noite reuniu 150 mil pessoas em apresentações de quadrilhas e shows de Wesley Safadão, Chambinho do Acordeon e George Henrique & Rodrigo

O Distrito Junino 2025 terminou neste sábado (30) em clima de celebração, consolidando-se como o maior circuito junino do Centro-Oeste. A segunda noite de encerramento reuniu cerca de 150 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios, somando um público de aproximadamente 250 mil nos dois dias de festa. O evento se consagrou como um espetáculo de cultura popular, identidade e celebração nordestina no coração da capital federal.

O público foi recebido pelo Trio Asa Branca, que abriu a noite com muito arrasta-pé. Em seguida, subiram ao palco as quadrilhas Rasga o Fole, Si Bobiá a Gente Pimba, Sabugo de Milho, Arroxa o Nó e Pau Melado, campeãs de suas etapas e reconhecidas pela força cênica, originalidade e riqueza cultural.

A programação musical levou ao palco grandes nomes da música brasileira. Wesley Safadão comandou a multidão com sua energia contagiante e sucessos que arrastam plateias em todo o país. Chambinho do Acordeon, intérprete de Luiz Gonzaga no cinema, emocionou ao reafirmar a força do forró tradicional. E a dupla George Henrique & Rodrigo encerrou a noite com hits do sertanejo.

O secretário de Cultura e Economia Criativa do DF, Claudio Abrantes, destacou a importância do encerramento e o engajamento popular como prova da relevância do projeto. “O que vimos na Esplanada foi a consagração de uma política pública que veio para ficar no calendário cultural do DF. O Distrito Junino não é apenas entretenimento: é um investimento estratégico que movimentou territórios criativos, gerou milhares de empregos e aproximou a cultura popular das comunidades em todas as regiões”, afirmou.

Para Affonso Gomes, presidente do Instituto Orgulho de Ser Nordestino, entidade responsável pela execução do projeto, a edição consolidou um marco cultural e social no DF. “É uma alegria imensa ver nossa cultura viva chegar a tantas regiões do Distrito Federal. Foi emocionante acompanhar o envolvimento das comunidades em cada etapa. Encerramos esta edição com celebração, integração e orgulho de ser nordestino. As quadrilhas foram as verdadeiras protagonistas de uma festa que ficará marcada na memória da cidade e no coração de quem participou”, destacou.

Impacto cultural e econômico

Ao longo de 41 dias de programação, o Distrito Junino 2025 se consolidou como um dos maiores circuitos culturais do país. Foram realizadas 261 exibições de quadrilhas juninas, contemplando as três entidades que estruturam o movimento no Distrito Federal: a Federação de Quadrilhas Juninas do DF (FEQUAJU), a União Junina Brasiliense (UNIÃO) e a Liga Independente de Quadrilhas Juninas do DF e Entorno (LINQDFE).

A iniciativa percorreu nove regiões administrativas e uma cidade do Entorno, promovendo encontros em territórios diversos e reafirmando a tradição como um patrimônio imaterial vivo. No total, 63 grupos culturais se apresentaram, dando corpo a um verdadeiro mosaico artístico que reforça a identidade nordestina no coração do Centro-Oeste. O público médio ultrapassou 110 mil pessoas por etapa, entre presença física e transmissões online, ampliando o alcance da festa e colocando o projeto entre os maiores eventos do gênero no Brasil.

O impacto econômico e social também foi expressivo. O circuito possibilitou a criação de quatro mil empregos diretos, envolvendo desde organização e produção até quadrilheiros, artistas, comerciantes, artesãos, seguranças, brigadistas e prestadores de serviço. De forma complementar, mais de dois mil postos indiretos foram originados para ambulantes, costureiras, fornecedores de cenários, bordados e adereços, evidenciando o fortalecimento da economia criativa local.

O cuidado com os grupos também esteve presente: mais de 15 mil kits-lanche foram distribuídos aos dançarinos ao longo das apresentações. A programação ainda contou com 49 trios de forró e 13 artistas regionais, que animaram os intervalos das competições e garantiram que a música popular estivesse sempre presente como fio condutor da celebração.

Mais do que festa, uma política pública cultural

O Distrito Junino 2025 mostrou que celebrar a tradição é também investir em identidade e desenvolvimento. Promovido pelo Governo do Distrito Federal, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF), e executado pelo Instituto Orgulho de Ser Nordestino por meio de Edital de Chamamento Público, o circuito representou o maior investimento já realizado em festas juninas no DF, com R$ 10 milhões destinados ao fortalecimento da cultura popular.

Mais de seis dezenas de quadrilhas participaram do projeto, reafirmando a diversidade de estilos e a potência artística do movimento. O circuito passou por Brazlândia, Riacho Fundo II, Taguatinga, Ceilândia, Paranoá, Sobradinho, Samambaia, Santa Maria e Planaltina de Goiás, em uma edição marcada pela descentralização cultural e pelo protagonismo das comunidades.

Cada etapa reforçou o valor das quadrilhas como patrimônio imaterial do DF, ao mesmo tempo em que promoveu a economia criativa em escala inédita. Como legado, o Distrito Junino 2025 reafirma a cultura nordestina como um dos pilares da identidade brasiliense, fortalecendo territórios criativos, aproximando a população de suas raízes e tornando-se referência nacional no calendário cultural.