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6/03/23 às 13h38 - Atualizado em 6/03/23 às 13h45

Teatro dos Sentidos encerra temporada

Texto: Jamile Rodrigues. Edição: Sâmea Andrade (Ascom/Secec)

 

Cartaz mostrando uma mulher sendo vedada

Projeto idealizado em 1997 tem forte papel inclusivo

 

‘‘A partir deste ponto vocês só poderão entrar no teatro vendados’’, informa um assistente ao entregar uma máscara tapa olho para cada pessoa que aguardava na fila da sala multiuso do Espaço Cultural Renato Russo, na 508 sul, na noite deste domingo (5/3), para a última apresentação da “Mostra Comemorativa da Transferência do Teatro dos Sentidos para Brasília’’. O projeto, que contou com recursos de R$ 115 mil do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec), chegou à capital em 25 de fevereiro.

 

Aguçada pela curiosidade, nem mesmo a equipe de comunicação da Secec ficou de fora da experiência de ouvir, sentir, cheirar e tatear o que fosse possível. Essa é a proposta do Teatro dos Sentidos, uma técnica de encenação ou de reengenharia cênica criada, em 1997, pela diretora multimídia, produtora, atriz e poeta Paula Wenke. Na prática, o projeto tem como objetivo a compreensão da obra teatral por uma plateia de pessoas cegas ou de “enxergantes” vendados. Os sentidos da audição, tato, olfato e paladar são fortemente explorados de acordo com a narrativa apresentada.

 

Durante uma hora, o público presente pôde viver o teatro. Fechar os olhos e imaginar fogos de artifício, marujos, crianças sonhadoras, casais apaixonados e festas de ano novo com toques carnavalescos. A imaginação ganha ainda mais estímulos quando a plateia sente cheiros e experimenta determinados alimentos – tudo isso seguindo o fluxo de uma história que faz viajar no tempo.

 

Graduada em Artes Cênicas pela Universidade de Brasília (UnB), Paula Wenke reforça que este tipo de atividade tem o objetivo de promover a inclusão, o respeito e, principalmente, mostrar para a população em geral que as pessoas com deficiência existem e estão em todos os lugares. A artista e idealizadora do projeto destaca ainda que a acessibilidade é fundamental para incluir.

 

‘‘No teatro convencional, o público vê os atores e os atores pouco enxergam o público. A nossa proposta é justamente a de explorar outros sentidos, criando uma magia em que a história possa ser compreendida e construída de acordo com a imaginação do espectador”, explica a diretora. “Aliás, esse é o momento de pessoas cegas mergulharem em uma narrativa sem que sejam interrompidas por elementos de audiodescrição, por exemplo’’, complementa.

 

Uma característica forte no projeto é a inclusão de pessoas com deficiência também no coletivo de atores. Segundo Paula, o elenco escolhido é sempre diverso – entre homens e mulheres, pessoas com deficiência ou não. Nesta edição do Teatro dos Sentidos, que retornou para Brasília após mais de 25 anos nos palcos do Rio de Janeiro, todos os atores escolhidos foram da capital.

 

Assessoria de Comunicação da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Ascom/Secec)
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