Ascom/Secec
07.05,21
10:00:00
A Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) lamenta a morte da cineasta Tânia Quaresma (1950 – 2021), que integrou uma geração de criadores identificada com a busca de identidade ao audiovisual do Distrito Federal. Tânia, que adotou Brasília em 1983 quando se mudou para a capital, morreu na noite da terça-feira (6.7) de parada cardíaca. Deixou um legado de longas-metragens e séries documentais para tevê, administrados pela sua Fundação Bem Te Vi.
“Percebi que meu sonho com Brasília era mais que um filme: ele me indicava um projeto de vida. Acreditei nele e vivo essa realidade, desde então”, disse em entrevista ao projeto Memória & Invenção.
Recentemente, Tânia Quaresma buscou a Secec para discutir a possibilidade de doar o acervo televisivo, tendo a Secretaria como repositório. Chegou a fazer reuniões com equipes da pasta para discutir como seria esse processo e a destinação ao público.
“Fui procurado por Tânia Quaresma para viabilizarmos essa parceria. Ela estava muito entusiasmada a tornar toda essa preciosidade que documentou num bem imaterial para a sociedade. É uma perda sem tamanho, pela sua sensibilidade e pelo olhar humano para Brasília e sua população”, lamentou o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues.
Natural de Belo Horizonte (MG), Tânia Quaresma começou a trabalhar aos 16 anos como fotógrafa. Atuou na redação da Folha de S. Paulo, onde registrou o movimento estudantil contra a ditadura militar nos anos 1960. Como cinegrafista, esteve no “Jornal Nacional”, da TV Globo, e fez uma especialização numa tevê alemã.
Cineasta e diretora de fotografia, Tânia Quaresma tem em sua filmografia longas-metragens como “Nordeste: Cordel, Repente Canção” (1975), “Trindade: Curto Caminho Longo” (1979), e “Nísia, Paulo e Josué: Oficina de Memória” (2008).
“Em 1983, cheguei em Brasília, assim de repente, sem planejar. Convidei então um grupo de jovens artistas brasilienses, a maioria totalmente inexperiente em televisão, para fazer comigo uma série de programas de tevê sobre a cidade, a fim de comemorar seus 25 anos”.
Os programas foram ao ar, abordando a história da construção de Brasília, sob o ponto de vista dos operários.
“Eu estava feliz: Brasília tinha me recebido de asas abertas. Achei então que já era hora de ter uma base fixa, um ponto permanente para pouso e decolagem”, avaliou Tânia Quaresma.
Assessoria de Comunicação da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Ascom/Secec)
E-mail: comunicacao@cultura.df.gov.br