Texto: Alexandre Freire /Edição: Sérgio Maggio (Ascom Secec)
08/03/2022
14:45:34
Ouça o resumo da notícia
A Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro (OSTNCS) tem 28% de mulheres em sua composição de instrumentista. Esse número cresceu no último concurso público de 2014 e reflete um caminho para a conquista futura de equidade de gênero. Esse anseio é compartilhado pelas musicistas que integram nesta terça-feira (8.3) apresentação, às 20h, no Cine Brasília, em noite que homenageia às mulheres.
Leia mais
Cinema e música brindam as mulheres
“O 8 de março representa em todo o mundo as conquistas sociais, políticas e culturais das mulheres e é visto como símbolo de resistência e luta por equidade de gênero”, destaca a violoncelista Larissa Mattos.
A violoncelista Larissa Mattos faz questão de relembrar as relações históricas que envolvem o trágico 8 de março de 1857 em que operárias morreram em Nova York num incêndio em fábrica onde foram trancadas por protestar contra baixos salários e a jornada excessiva de trabalho.
“Hoje, 165 anos depois, ainda existem condições desiguais de oportunidades e de salários”, pontua.
A musicista aponta também que o aumento do número de mulheres nas sinfônicas só se deu a partir da prática de que audições em concursos acontecessem atrás de biombos e sobre tapetes (para abafar o ruído de saltos) a fim de evitar a identificação do gênero. Critica ainda o uso do termo “maestrina” em lugar de maestra, para ser referir às regentes, por ser uma palavra com conotação pejorativa em espanhol.
Renata Menezes
A clarinetista da OSTNCS Renata Menezes afirma que, no universo da música clássica, a mulher tem tido muitas conquistas, aumentando gradativamente a sua presença.
“Pelo pouco tempo em que as mulheres tiveram a liberdade de trabalhar, correr atrás dos seus sonhos, vemos que ela vem rompendo com muita categoria e profissionalismo”.
Mariana Costa
A violista Mariana Costa Gomes referenda o pensamento de suas colegas na orquestra: “a caminhada por direitos iguais ainda será longa. O predomínio é de homens, especialmente nos naipes de metal e percussão. A música clássica ainda é permeada por uma ideologia ligada às suas origens, na qual predominam valores de uma cultura europeia, branca, patriarcal e capitalista”.
Assessoria de Comunicação da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Ascom/Secec)
E-mail: comunicacao@cultura.df.gov.br