O Museu Nacional da República abriu ao público nesta quinta-feira (29) a exposição “Afinidades Afetivas”, uma das mostras itinerantes da 33ª Bienal de São Paulo. A mostra conta com 50 obras de 13 artistas e pode ser visitada até o dia 13 de outubro.
Uma das artistas em exposição é a escultora Denise Milan, artista plástica e multimídia que usa pedras de eixo criativo e executa obras nas áreas de arte pública, escultura, artes cênicas, poesia, impressão e vídeo-arte. Em sua segunda passagem pela capital, ela falou sobre o sentimento em trazer suas peças para o Museu Nacional da República.
“Esse espaço é sem igual. E, para um artista, estar aqui só dignifica a obra, porque você participa de uma criação que antecede a gente”, celebrou, ao falar sobre o projeto arquitetônico da casa, de autoria de Oscar Niemeyer.
Denise, que apresenta seu trabalho em cristal na Afinidades Afetivas, a Ilha Brasilis, falou sobre o papel da pedra como princípio artístico de vanguarda, que imita a natureza ao mesclar elementos diferentes como o quartzo e o basalto. Segundo ela, os materiais, que aparentemente “são oposição, viram, na verdade, complementação”.
A artista reforça que a transformação dos materiais é também parte do processo de criação. Ao falar da relevância de expor este tipo de peça em uma Bienal, ela assegura que Ilha Brasilis é um presente do Brasil para a humanidade porque indica que há, na natureza, estruturas que sobrevivem à ação do tempo e às próprias transformações. E provoca “a grande discussão hoje em dia é: vamos sobreviver? E aqui têm lições e mais lições sobre isso a serem compartilhadas”.
As “itinerâncias” são constituídas por um conjunto de elementos: o conceito geral da exposição; as sete diferentes mostras organizadas por igual número de artistas-curadores; as participações individuais de artistas convidados e ainda as relações que se criavam entre todas essas instâncias.
Para o diretor do Museu Nacional, Charles Cosac, a vinda da mostra para a capital se justifica em razão também de “a criação da Bienal de São Paulo e a construção de Brasília serem frutos de uma mesma época, de um mesmo sonho, sob a égide do modernismo no Brasil”.
Sobre a exposição, Cosac diz que “a particularidade dessa edição da Bienal foi a diversidade de perspectivas curatoriais, proporcionando uma recepção baseada na experiência afetiva (e efetiva) do observador com a obra numa experiência dialógica”.
Serviço
Itinerâncias – 33ª Bienal de São Paulo
Data: de 29 de agosto a 13 de outubro
Complexo Cultural da República – Esplanada dos Ministérios
Terça a domingo, de 9h às 18h30
Entrada gratuita
Artistas participantes:
Antonio Ballester Moreno (ESP, 1977)
Feliciano Centurión (PAR, 1962 – ARG, 1996)
Alejandro Cesarco (URU/EUA, 1975)
Alejandro Corujeira (ARG, 1961)
Claudia Fontes (ARG, 1964)
Oliver Laric (AUT, 1981)
Vânia Mignone (BRA, 1967)
Denise Milan (BRA, 1954)
Matt Mullican (EUA, 1951)
Benjamin Palencia (ESP, 1894 – 1980)
Ben Rivers (UK, 1972)
Katrín Sigurdardóttir (ISL, 1967)
Ladislas Starewitch (RUS, 1882 – FRA, 1965)