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25/05/23 às 9h09 - Atualizado em 25/05/23 às 10h44

“Filmaê” mostra a realidade do cinema com celular

Texto: Alexandre Freire / Edição: Ascom Secec

 

Com um Iphone 5S na mão, uma ideia na cabeça e um orçamento de US$ 100 mil (minúsculo para a indústria do cinema nos EUA), o diretor Sean Baker filmou a comédia-drama “Tangerine” (2015, 88 minutos) e ganhou uma dezena de prêmios e indicações no mercado norte-americano. Hoje (25/5), o público poderá assistir a esse filme, que trata de questões de amor transgênero na abertura do 3º Festival Filmaê, dedicado a filmagens com celular e aporte do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec).

 

Com o mote “seu filme na tela de cinema”, o festival reúne 116 finalistas entre 852 trabalhos inscritos, nacionais e estrangeiros, de diversos gêneros e durações de um a 15 minutos. O evento vai até 28 de maio no Espaço Cultural Renato Russo, da Secec. Concorrem produções captadas por smartphones, tablets ou câmeras de ação esportiva nos formatos horizontal ou vertical. Um filtro para os filmes é que não incitem violência, homofobia, racismo ou crueldade contra animais.

 

“Temos uma grande democratização de acesso aos meios de produção, o que amplia muito as possibilidades narrativas e tecnologias para o audiovisual e estimula a renovação do mercado e o ajuste dos modelos de negócio e janelas”, acredita a gestora e produtora audiovisual Sara Rocha, presidente da Box Cultural, organização da sociedade civil responsável, com a Secec, pela administração e programação do Cine Brasília.

 

Ela acredita que o debate sobre a regulação do “streaming” é uma janela estratégica para o futuro autossustentável e com diversidade para todo o ecossistema audiovisual: “isso pode começar a partir de uma ideia original e singular até de quem só tenha um smartphone à mão”. Rocha vai participar do ambiente de negócios previsto na programação: “vou falar a respeito das novas tecnologias no mercado audiovisual, com foco no impacto do ‘streaming’ na produção e distribuição de conteúdo”.

 

O coordenador-geral do Filmaê, Fernando Campos, afirma que o cinema produzido com smartphones já é um fenômeno global que reúne atores, cineastas, produtores, amantes do cinema, indústria e festivais de cinema dedicados ao formato: “essa comunidade está definindo a forma de fazer cinema de vanguarda”.

 

Fotografia: Elvilin Pedroso

A Última Viagem, fotos (divulgação)

Fotografia: Michael Dorfman, Emmett Dorfman e Maxwell Dorfman

Van in Space

 

Ele explica que as soluções técnicas na filmagem com celulares mostram progressos em relação às edições anteriores do festival, e a desconfiança que pesa sobre esse modo de produção está perdendo força. Aponta avanços na linguagem quanto a enquadramentos, mais fechados, e movimentos de câmera, originais. Ressalta ainda a capacidade de o celular passar despercebido na captação das imagens, dado seu tamanho diminuto comparado a câmeras tradicionais.

 

Campos também destaca os benefícios em experimentação que os celulares permitem. “Nossos olhos estão bem-treinados no audiovisual, de modo que sabemos o que funciona e o que não funciona, e mesmo uma pessoa leiga é capaz de fazer coisas bem legais”, acredita.

 

A professora de Audiovisual na Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB) Mariana Souto acredita que a filmagem com celular produz democratização nesse segmento da economia criativa. Em termos de linguagem, ela destaca a questão do enquadramento e do espaço de exibição – se o filme é para ser visto nas telas dos aparelhos móveis ou no telão dentro da sala escura.

 

Premiação e oficinas

A Mostra Competitiva Nacional do Filmaê premia melhor filme de ficção, documentário, videoclipe e filme experimental. O júri escolherá também o melhor filme de Brasília e o melhor filme na categoria sub-17 (para menores de 18 anos). O público que for ao Renato Russo escolherá seu candidato a melhor filme, direção, interpretação, roteiro, fotografia e edição. Os vencedores serão anunciados dia 28 de maio.

 

O festival oferecerá duas oficinas. Uma delas, Oficina de Técnica de Vídeo e Foto +60, destina-se a idosos e cumpre o papel de combater o etarismo que frequentemente acompanha o avanço de tecnologia. A Oficina Básica de Produção Audiovisual com Smartphones quer mostrar como utilizar o celular para gravação de áudio e vídeo, visando ao desenvolvimento do olhar para o avanço da linguagem cinematográfica.

 

A plataforma do Festival – filmae.com.br – vai veicular podcasts e um blog sobre dicas para produção de filmes com dispositivos móveis, cultura móvel e mídias emergentes. O festival é feito com ajuda do edital FAC Brasília Multicultural  n° 6, de 2021, na categoria Cultura de Todo Jeito. Recebeu recursos de R$ 230 mil para realizar o projeto, com criação de cerca de 50 empregos diretos.

 

Programação:

 

O 3º Festival Filmaê – Filmes Produzidos com Celular começa na noite do dia 25, a partir das 19h, com a apresentação de filme e coquetel com a presença de realizadores locais e artistas. O evento, para convidados e convidadas, será realizado no Espaço Cultural Renato Russo (508 Sul).

 

Abertura com filme “Tangerine”, 25/05, 19h.

 

26/05: Mostra Competitiva 1, das 10h às 13h, no Teatro de Bolso

26/05: Mostra Competitiva 2, das 19h às 21h30, na Sala Marco Antônio

27/05: Mostra Internacional 1, das 14h às 16h, na Sala Marco Antônio

27/05: Mostra Competitiva 3, das 16h às 18h30, na Sala Marco Antônio

27/05: Mostra Competitiva 4, das 19h às 21h30, na Sala Marco Antônio

28/05: Mostra Competitiva 5, das 12h às 12h30, na Sala Marco Antônio

28/05: Mostra Internacional 2, das 13h às 14h30, no Teatro de Bolso

 

Programa Filmaê 2023 para download no site

 

 

 

Assessoria de Comunicação da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Ascom/Secec)

E-mail: comunicacao@cultura.df.gov.br