Texto: Loane Bernardo. Edição: Sérgio Maggio (Ascom/Secec)
11.03.21
10:00:03
Se a Biblioteca Pública de Brasília (BPB) fosse um livro, a sua história começaria assim: “Era uma vez um mercadinho que ficou muito triste. Desativado, estava com suas estantes vazias. Certo dia, a comunidade que sentia fome de leitura teve uma ideia. Encheu o espaço com uma valiosa mercadoria: livros de toda a natureza.
Com uma narrativa emocionante, a Biblioteca Pública de Brasília tem, nesta sexta-feira, 12.03, um dia especialíssimo: a comemoração de 31 anos de existência. O secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues, comemora esse momento simbólico para o acesso à leitura do Distrito Federal, em um espaço com a metade da idade de Brasília.
“Hoje, a Biblioteca cumpre o papel de transmitir conhecimento à sociedade e preservar a sua memória. Saúdo aos servidores e servidoras que, ao longo desses 31 anos, zelam por esse importante equipamento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa”, celebrou.
EQUIPAMENTO REVITALIZADO
Primeira biblioteca pública da Secec, localizada na quadra 312/313, a BPB tem 313 metros quadrados e conta com um acervo com cerca de 20 mil obras para consultas locais e empréstimos. No momento, segue fechada por conta das medidas de isolamento social.
Ao longo destes 31 anos, além de atender a comunidade, também contabiliza a realização de diversos projetos educativos e culturais destinados à população, como os mais recentes realizados em 2019, “Roda de Choro” e “Meditação na Biblioteca”.
Após passar por revitalização em 2017, o espaço foi reinaugurado em 2018 e ganhou reparos e recursos tecnológicos para oferecer aos usuários. Com a reforma, o equipamento conta com o Setor de Referência, Jardim de leitura, Espaço Infantil, Setor Administrativo e o Telecentro, com disponibilização de computadores e Wi-Fi, além de 24 cabines de estudo individuais.
A bibliotecária aposentada responsável pela criação da BPB, Neusa Dourado manifesta o sentimento de dever cumprido ao ver o público usufruir e cultivar o hábito da leitura e dos estudos. “Trabalhar na Biblioteca Pública é uma verdadeira missão para com as comunidades. Fico feliz que, de alguma forma, a sementinha que plantei no passado está se perpetuando em ações benéficas para a Biblioteca Pública de Brasília”, completou a bibliotecária.
Além das inúmeras competências de uma biblioteca “de bairro”, que acolhe a comunidade com diversas atividades culturais, a Biblioteca Pública é recordista de doações de livros no Distrito Federal somando, em média, 1200 livros e revistas por dia, que passam por triagem, higienização e catalogação por parte da gerência de acervo do espaço. Atualmente, a BPB fornece alguns dos livros recebidos em doação ao acervo itinerante do Programa Mala do Livro.
GUARDIÃS DA HISTÓRIA
Entusiasta da leitura, a gerente da BPB, Sheila Gualberto, zela pelos projetos e pelo papel social da Biblioteca Pública e destaca que a história do equipamento é um retrato de comprometimento com a comunidade.
“Quando você aumenta a frequência de utilização da biblioteca, ao mesmo tempo você ganha um aliado, seja na defesa do livro, da leitura ou do usuário. Biblioteca Pública é lugar de reencontro e congraçamento”, reforçou a gerente.
Iza Antunes, bibliotecária e moradora da quadra da BPB, revela que quando chegou à Brasília em 1971, o local ainda dava vida ao minimercado. Ela presenciou o esforço coletivo que levou à montagem da biblioteca no mercado vazio.
“Os bibliotecários, moradores e comerciantes da nossa quadra se juntaram para montar o espaço com livros de doações. Hoje a BP é um ambiente moderno e de diversidade cultural. É um ambiente que está na minha vida, dos meus filhos e netos”.
Rosa Maria, bibliotecária e segunda diretora da Biblioteca Pública de Brasília, participou do planejamento e execução da criação da Biblioteca Pública de Brasília. “Fui convidada para trabalhar com Neusa Dourado em 1987, ainda antes da BP. Neusa abraçou o desafio, as dificuldades e tornou sonhos possíveis. Fizemos um espaço de transformação social de forma artesanal, com luta, garra, motivação e apoio da comunidade”, explicou.
À frente do projeto Mala do Livro (BNB/Secec), Maria José Lira conta que acompanhou de perto a história da Biblioteca Pública e viu também surgir um dos mais importantes projetos literários do Distrito Federal.
“Por meio das ideias fantásticas de Neusa Dourado que surgiu a Mala do Livro. A BPB sempre foi um ponto de apoio para o DF, não só para estudantes, com o alto fluxo de pessoas que o espaço sempre recebeu, mas também com eventos e projetos culturais diferenciados”, destacou.
FRUTO DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL
Símbolo da ação da comunidade, a Biblioteca Pública de Brasília abriu suas portas em 12 de março de 1990, no Dia do Bibliotecário. Com a missão de converter prateleiras de alimentos em estantes de livros, as bibliotecárias Neusa Dourado e Telma Bandeira conseguiram transformar um mercadinho desativado da Sociedade de Abastecimento de Brasília em um equipamento cultural na Asa Sul.
A iniciativa tomou força por meio do Movimento Associativo, representado à época pela Bibliotecária Iza Antunes, que juntou abaixo-assinado com mais de 100.000 assinaturas da comunidade, solicitando esforços do governo local na criação de uma biblioteca. “Da fome do povo por Cultura nasceu a Biblioteca Pública de Brasília, um verdadeiro milagre cultural,” ressalta a gerente do espaço, Sheila Gualberto.
Assessoria de Comunicação da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Ascom/Secec)
E-mail: comunicacao@cultura.df.gov.br