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15/02/22 às 11h18 - Atualizado em 6/10/22 às 12h42

Cultura celebra a Semana de Arte de 1922

Texto: Ascom/Secec / Edição: Sérgio Maggio

15/2/2022

11:05:34

 

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A Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) celebra o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, comemorado neste mês de fevereiro. A primeira homenagem é regida pela Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro (OSTNCS), que, nesta terça-feira (15.2), às 20h, no Museu Nacional da República (MuN), executa concerto com algumas das “Bachianas”, de Heitor Villa-Lobos. A entrada é franca, por ordem de chegada, com exigência do uso de máscaras e do cartão de vacinação.

 

Além do concerto, os museus de Arte de Brasília e o Nacional da República programam obras originais e exposição sobre o marco histórico, que ocorreu entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922, no Theatro Municipal de São Paulo, inaugurando o modernismo no Brasil e instalando a ruptura com estéticas vencidas. O tropicalismo, a poesia concreta e o teatro de vanguarda do grupo Oficina foram alguns dos movimentos que brotaram desse encontro.

 

“A Semana de Arte Moderna de 1922 é um marco histórico e estético nacional. Os desdobramentos chegam até os dias de hoje na música, no teatro, nas artes visuais, na performance e na literatura”, aponta o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues.

 

 

O maestro Cláudio Cohen escolheu Heitor Villa-Lobos por ele ter sido um integrante histórico da Semana de 1922. “Assim, a homenagem veio com a celebração das “Bachianas Brasileiras”, obras-primas de sua criação, com ênfase nas de números 1, 5, 6 e 9”.

 

A apresentação tem as participações da soprano Ana Luísa Melo e dos musicistas Flávio Lopes (fagote) e Mechthild Bier (flauta), com ênfase no naipe de violoncelos.

 

MAB RECEBE JOIAS

   

 

O Museu de Arte de Brasília (MAB) vai expor, a partir da quarta-feira (16.2), peças modernistas, incluindo dois protagonistas da Semana de 22 – Victor Brecheret (escultor, 1894-1955) e Oswald de Andrade (poeta, 1890-1954).

 

“Obtivemos empréstimo de Brecheret de um colecionador privado, além do livro-manifesto “Pau Brasil”, de Oswald de Andrade, da Biblioteca Nacional de Brasília (BNB). Trata-se de uma edição autografada por ele, de 1925”, adianta o gerente do MAB, Marcelo Gonczarowska.

 

A escultura de Brecheret “Nu feminino”, de 1930, feita em bronze, com dimensões 31 x 36 x 21 cm, poderá ser tocada por pessoas com deficiência visual. “Elas podem agendar a ida pelo e-mail mab@cultura.df.gov.br para proporcionarmos essa experiência”, conta Marcelo.

 

Sobre o texto de Oswald,  o livro-manifesto “Pau Brasil”, com ilustrações de Tarsila do Amaral, defendeu a criação de uma poesia brasileira, sem influência europeia, que servisse, na realidade, de produto de exportação.

 

 

Ao lado dessas duas peças, o MAB vai colocar três obras de seu acervo: “Comitê de solidariedade”, xilogravura sem data, de 48 x 66 cm, de J. Borges; “Afoxé dos Filhos de Congo” (1947/1948), 21 x 21 cm, de Pierre Verger; e “Casarão”, sem data, é uma aquarela de 38 x 28 cm, de Pedro Henrique de Orleans e Bragança.

 

“Essas não são obras da Semana de 22, mas vamos expô-las porque seus autores foram influenciados pelos artistas do evento em São Paulo”, conta o gerente do espaço.

 

As obras de Verger,  que se inspiram na cultura de matriz africana, e de J. Borges, de matriz popular, representam vertentes que, até então marginalizadas, passam a ter reconhecimento crítico e de pesquisa após a Semana de 1922.

 

MODERNISMO EXTENDIDO

O Museu Nacional da República (MUN) programa a exibição “Modernismo Expandido”, em junho, na Galeria Principal. “A mostra pretende apresentar uma visão mais ampla do movimento modernista, mostrando como ele se articulou, expandiu e consolidou-se nos diversos estados brasileiros”, explica a diretora Sara Seilert.

 

A exposição vai apresentar núcleos de modernismo que se espalharam pelo Brasil, em cidades como Recife, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre, Curitiba.

 

A mostra reunirá cerca de 70 obras de coleções públicas e particulares e será acompanhada por material documental, reunindo revistas e textos críticos, material literário e uma cronologia ilustrada sobre a expansão do modernismo pelo país. Um seminário sobre o tema apresentará leituras contextualizadas da Semana que mudou a maneira como o Brasil passou a se ver no espelho da cultura.

 

Assessoria de Comunicação da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Ascom/Secec)

E-mail: comunicacao@cultura.df.gov.br