Texto: Alexandre Freire /Edição: Sérgio Maggio (Ascom Secec)
08/03/2022
10:17:34
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Com cinema e música clássica, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) celebra o Dia Internacional da Mulher, nesta terça-feira (8.3), às 20h, no Cine Brasília, com entrada franca. A Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro (OSTNCS) abre a noite com concerto que destaca as óperas de protagonistas femininas. Na sequência, a tela rende-se em homenagem às atrizes Françoise Forton (1957- 2022) e Dulcina de Moraes (1908 – 1996), com a exibição de “Dulcina”, de Glória Teixeira.
“Minha saudação às mulheres cuja competência sem limites nos anima a sonhar com um mundo mais igualitário e justo. E também às mulheres engajadas nessa grande nobre tarefa de levar conhecimento e cultura às pessoas, seja como agentes de difusão, seja como artistas”, saúda o secretário Bartolomeu Rodrigues, que vai abrir o evento dedicado ao Dia Internacional da Mulher.
Com regência do maestro Cláudio Cohen, a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro (OSTNCS) rege concerto com árias de “Fidelio” (1814), de Beethoven; e “Carmen” (1875), de Georges Bizet. As peças têm como protagonistas personagens femininas avançadas para o século 19, respectivamente, “Leonore” e a encantadora cigana que dá nome à obra do francês.
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Mulheres crescem na Orquestra Sinfônica
Ainda neste mês de março, haverá, no dia 29.3, um segundo momento dedicado às mulheres. A violoncelista Norma Lilian, entre as fundadoras da OSTNCS, destaca os “Brandeburgos”, de Johann Sebastian Bach 3 e 6, com a participação da regente Cinthia Alireti como instrumentista. “São obras expoentes da musica do período barroco, além de estar entre os clássicos mais populares”, aponta.
Alireti/foto Amaury Simões
A maestra é a regente titular e codiretora artística da Orquestra Sinfônica da Unicamp (OSU) desde 2012. Além de sua atuação em Campinas, tem colaborado como regente convidada em outras cidades do Brasil, na Alemanha, França, Equador e Estados Unidos. Ela estudou cravo durante seu doutorado na Universidade de Indiana (EUA).
Um ponto alto nesse dia é Cinthia Alireti tocando cravo na obra de Bach: “Mesmo com sonoridade limitada, considerando a potência dos instrumentos modernos, o cravo ainda ajuda a acentuar as articulações da peça, contribui com algumas transições e mantém a peça andando flutuando”, destaca.
FORÇA DAS ATRIZES
Após o concerto, o foco da noite se muda para a telona, com a homenagem à Françoise Forton, que participa do filme “Dulcina”, de Glória Teixeira. Ela foi uma das atrizes que tiveram formação influenciada pela atriz, diretora e empreendedora do teatro Dulcina de Moraes.
Estão previstas falas da diretora do filme, Glória Teixeira, e de atrizes que participaram Iara Pietricovsky, Carmem Moretzsohn, Bidô Galvão.
“Dulcina é um documentário que retrata vida e obra da atriz e diretora de teatro Dulcina de Moraes, por meio de depoimentos, imagens de arquivo e encenação”, comenta Douro Moura, que coordena o setor de Audiovisual da Secec.
Além da participação Forton, o filme traz depoimentos de Fernanda Montenegro, Nicete Bruno, Ruth de Sousa, Emiliano Queiroz e artistas que conviveram com Dulcina. Retrata as principais mudanças ocorridas no teatro brasileiro desde a década de 1940 que foram frutos de iniciativas da Dulcina de Moraes.
Glória Teixeira e Françoise Forton
O filme da diretora Glória Teixeira, professora de artes cênicas, atriz, diretora de teatro, roteirista e cineasta, recebeu quatro Candangos na última versão presencial do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro na Mostra Brasília em 2019.
“Não conheço nada da Dulcina que não fosse relacionado ao teatro. Neta e filha de atores, casou-se com um ator, comprou um teatro, abriu uma fundação de teatro, construiu um complexo cultural com um teatro e uma faculdade de artes, foi atriz, diretora e professora de teatro. As principais mudanças no teatro desde a década de 30 até hoje, foram implementadas por Dulcina de Moraes, e sua faculdade foi a primeira escola superior de teatro do Brasil. Ela merece nossa homenagem e jamais poderá ser esquecida”, testemunha Teixeira.
Carmem Moretzsohn
“Conheci Dulcina na época em que ela criou a Fundação Brasileira de Teatro e o Teatro Dulcina. Uma mulher inesquecível! Para o teatro, ela foi fundadora! É um dos pilares do teatro brasileiro!”, relata a atriz e agente cultural Carmem Moretzsohn.
No filme, ela interpreta Dulcina quando ela veio pra Brasília. “Faço a Dulcina dando uma entrevista numa rádio, quando ela fala do sonho dela e de sua paixão pelo teatro. Faço também a sequência dela vindo para Brasília num fusca, que era como ela viajava mesmo”, conta Carmem.
Assessoria de Comunicação da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Ascom/Secec)
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