Subsecretário do Patrimônio da Secec defende apoio ao PL com esse fim que tramita na Câmara Legislativa; discussão teve a Feira do Livro como cenário
O subsecretário de Patrimônio Cultural da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), Cristian Brayner, fez hoje (10) a defesa do livro como instrumento de cultura e oportunidade de mobilidade social, durante audiência pública para discutir a inclusão de literatura brasiliense no currículo das escolas da rede pública do DF.
A audiência foi na Biblioteca Nacional de Brasília, onde acontece a 35ª Feira do Livro de Brasília. A Cidade da Leitura, em megaestrutura provisória no Complexo da República, foi montada no local e funciona até o dia 16 de junho. Brayner destacou a importância simbólica da transferência da audiência pública da Câmara Legislativa para dentro da feira: “O assunto sai das estruturas burocráticas e vai para um lugar que é frequentado pelas pessoas”.
O auditório de cem lugares foi tomado para discutir um assunto que tem impacto sobre a formação cultural do alunado, valorizando a produção regional de obras literárias, mas também sobre a economia criativa, possibilitando oportunidades de trabalho e renda no setor de oficinas gráficas e editoração, como ressaltou em sua fala inicial a deputada distrital Jaqueline Silva, autora do Projeto de Lei (PL) 456/2019 em tramitação na casa legislativa do DF. “Muito me alegra poder contribuir com políticas para valorizar a literatura local, escritores, editoras e gráficas, além de propagar o conhecimento da história de nossa cidade para as crianças e jovens da rede pública.”, disse a parlamentar.
A distrital frisou que por meio do PL, uma comissão de seleção, com a participação do governo e da sociedade civil, será criada para produzir, através de chamamentos públicos, a seleção das obras a serem trabalhadas nas escolas.
Brayner festejou que o PL em trâmite vem cumprir a regulamentação do artigo 235 da Lei Orgânica do DF, que prevê que a rede oficial de ensino local inclua em seu currículo, “em todos os níveis, conteúdo programático de educação ambiental, educação financeira, educação sexual, educação para o trânsito, saúde oral, comunicação social, artes, prevenção de doenças, cidadania, pluralidade cultural, pluralidade racial, além de outros adequados à realidade específica Distrito Federal”. O subsecretário frisou que a literatura é uma parte deste conteúdo e lembrou que a Secec patrocina neste instante a escolha, em parceria com a ONU, de seleção de um consultor para ajudar a mapear conteúdos sobre a capital federal em várias áreas do conhecimento.
Bibliotecário de ofício, Brayner também destacou a preocupação da Secec com a questão da memória e a formação educacional de jovens para valorizar o que é produzido no DF em termos de cultura, em particular de literatura: “Existe em Brasília uma literatura periférica que tende a ser invisível. Precisamos saber que literatura é essa. Valorizamos uma pesquisa sobre essa literatura que é produzida nas margens, que não encontra espaço na produção do eixo Rio-São Paulo”.
Da audiência pública participaram outros parlamentares, como o distrital Jorge Vianna, o subsecretário de Difusão e Diversidade Cultural da Secec, Pedro Paulo de Oliveira (Pepa), além de representantes da Secretaria da Educação, de academias de letras, sindicatos de escritores, professores, educadores e usuários da BNB, que fazem do local um ponto para seus estudos.