A Secretaria de Estado da Cultura, por meio do Museu Nacional da República, inaugura no dia 06 de fevereiro de 2019, quarta-feira, às 19 horas, a exposição “Colônia”, de Armarinhos Teixeira. Nesta individual, são apresentadas 12 esculturas inéditas de grande porte, elas todas produzidas in loco pelo artista. O artista faz uso de materiais incomuns ao circuito tradicional de arte em seu processo criativo. “São materiais fora de circulação social”, resume o artista.
Matérias-primas industriais nobres, utilizadas em processos de fabricação de diversos produtos do nosso cotidiano. Assim, mantas de poliéster, aço e borracha, fardos de algodão não beneficiado, argila, couro, entre tantos mais, ganham vida a partir do engenho do artista, que imprime diversas camadas de significados às grandes esculturas que ora apresenta no museu brasiliense.
O visitante que adentra o espaço do projetado por Oscar Niemeyer depara-se com sete enormes estruturas, algumas medindo 7 metros de altura, nas quais Armarinhos instala seus trabalhos. Essas esculturas autoportantes causam estranhamento e fascínio ao mesmo tempo, dado o arranjo harmônico ou “orgânico” que o artista lhes confere. “É como se ele tomasse posse do lugar, colonizando esse território com suas ideias e formas”, declara o curador da mostra Marcus Lontra. A estas, somam-se uma obra de parede e quatro esculturas de chão, como aquela em que se lê “Aquilo que circula, emerge”, frase do artista que sintetiza sua necessidade premente de trazer movimento e vida à aparente inércia das coisas e, por que não?, dos indivíduos.
“É preciso que eu esteja íntegro, ou seja, em estado sólido, líquido e gasoso, para que o fenômeno criativo aconteça. A criação dos meus trabalhos depende da minha percepção do território, os espaços e seus recursos, sejam eles orgânicos ou inorgânicos”, declara Armarinhos.
Armarinhos Teixeira
Artista plástico, Armarinhos Teixeira, vive e trabalha em São Paulo. Em seu trabalho, estuda desde 1990 a morfologia das coisas que estão entre a cidade, a mata e as áreas áridas. Numa via de expressão de intensidade, a construção de novos amparos, que se espalham como uma miragem contemporânea. A partir daí, criam em extensão: esculturas, instalações, desenhos e interrogativas em outras mídias, formando-se, assim a bioarte.
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SERVIÇO:
Mostra individual “Colônia”, de Armarinhos Teixeira
Curadoria: Marcus Lontra
Local: Museu Nacional da República
Período expositivo: de 07/02/2019 a 10/03/2019
Horário: terça a domingo, de 9h às 18h30.
Entrada franca
Classificação indicativa livre
Informações: (61) 3325 5220
Mais informações para a imprensa:
Décio Hernandez Di Giorgi
Adelante Comunicação Cultural
? http://adelantesp.tumblr.com/
? decio.di.giorgi@gmail.com
? (+ 55 11) 98255 3338
Texto do curador Marcus Lontra
ESTRANHA PAISAGEM
De onde vêm essas estranhas figuras que dominam todo esse espaço? Elas se apresentam dentro do universo e da dinâmica da arte, mas elas são, também, filhas da indústria, da botânica, da ciência. Por isso são assim, essa é a sua natureza, entre o Ser e a Coisa; o que parece ao primeiro olhar elegância e acaso é desenho, design, destino, definido pela pesquisa, pela verdade e pelo método. A sua história é a sua morfologia e, como bem define o artista, elas são obras sem memória.
E assim elas se apresentam: agrupadas, colônias, territórios ocupados, encantamento e ameaça, mistério da Esfinge, decifra-me ou te devoro. Em silêncio, estáticas, vivem na iminência do movimento, da algazarra, da invasão dos sentidos, da posse e da possessão. A arte começa quando acaba a natureza e é nessa fresta, nessa delicada fronteira que os objetos criados por Armarinhos Teixeira se apresentam. As suas estruturas, sólidas e definidas são recobertas por uma matéria estranha, mantas, mantos e mortalhas, e formam um organismo desafiador que opera no limite da razão e do mistério, da ordem e do caos.
Plantadas no interior da instituição que reverbera poder e afirmação, essas figuras se aproximam do drama humano a nos indagar: de onde viemos, quem somos, para onde vamos? Como sintetiza Ferreira Gullar, “a arte existe porque a realidade não basta”. E assim elas seguem a sua sina, o seu destino de fazer da beleza um exercício de conhecimento e descobertas. Armarinhos Teixeira constrói com precisão as suas metáforas de vida, identificando, selecionando, editando corpos e mensagens, dialogando com a ciência e fazendo da experiência estética uma superação da contemplação do belo para invadir o território da reflexão, da capacidade da arte contemporânea ser uma ferramenta cada vez mais necessária como instância de criatividade, de pesquisa e de inovação.
Marcus de Lontra Costa
São Paulo. janeiro. 2019